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Nesta altura dos acontecimentos já sabemos onde ligar nosso monitor adicional, quais os tipos de conectores e temos os dois cabos necessários. Resta, então, interligar o computador e o novo monitor com seu cabo. E nos deparamos com um problema: os conectores do cabo e da controladora não “combinam”, como mencionado na coluna anterior, “Escolhendo o cabo certo”. Que pode ser resolvido adquirindo um adaptador.
Um adaptador é uma pequena peça dotada de dois conectores diferentes, um em cada extremidade, com os pinos correspondentes ligados internamente, “convertendo” o conector de um tipo para outro.

Para entender melhor, examine os quatro adaptadores mostrados na Figura 1 fotografados em diferentes perspectivas. Repare nos dois da esquerda. O primeiro tem de um lado (parte superior da figura) um conector VGA macho e do outro (parte inferior) um conector DVI fêmea. O segundo tem de um lado um conector DVI macho e do outro um conector VGA fêmea.

Com qualquer um deles resolveremos nosso problema. Conectando o adaptador da esquerda da figura ao conector DVI da controladora de vídeo (lembre: conectores VGA e DVI da placa controladora e do monitor são sempre fêmeas enquanto os dos cabos são sempre machos) converterá o conector da controladora para o formato VGA (fêmea), que pode então ser ligado ao monitor usando um cabo com dois conectores VGA (machos). Já ligando o próximo adaptador (o segundo a partir da esquerda) no conector VGA (fêmea) da traseira do monitor o converterá para o formato DVI (fêmea), o que permitirá ligá-lo ao conector DVI (fêmea) da controladora de vídeo usando um cabo com dois conectores DVI (machos).
Pensando um pouco você verá que os dois adaptadores da direita resolvem o problema de interligação de um conector HDMI e outro DVI na controladora e no monitor (ou vice-versa) usando um cabo com conectores DVI ou HDMI.
Agora repare na Figura 2. Á esquerda aparece um conversor S-Vídeo/VGA. Você poderá utilizá-lo para conectar uma saída S-Vídeo de uma placa simples a um monitor com entrada VGA, porém sabendo que a qualidade da imagem obtida não será a ideal. Mas o da direita é um achado: ele permite conectar a saída mini DP de uma controladora de vídeo de alto desempenho a um monitor com entrada DVI através de um cabo com dois conectores DVI. Eu mesmo uso um destes adaptadores para fornecer sinal a um de meus monitores.
O método para a escolha do adaptador é simples: para ligar conectores diferentes, consiga um cabo que “combine” com um deles, seja qual for. Encaixe-o no conector correspondente (que pode ser o da placa controladora ou do monitor, tanto faz). Depois examine o conector da outra ponta do cabo e procure um adaptador (encontrável nas boas casas do ramo por poucas dezenas de reais) que o converta para o formato do outro conector, que pode ser o da controladora (se o cabo estiver ligado ao monitor) ou do monitor (se o cabo estiver ligado à controladora).
Agora vamos conectar tudo isto. Com o computador e monitores desligados, interligue os dois monitores aos dois conectores de vídeo do micro usando os cabos (e, se necessário, adaptadores) conforme acima descrito. Em seguida ligue ambos os monitores, aguarde alguns segundos, ligue o computador e inicialize-o.
Se tudo correu bem, você verá as mensagens de inicialização nos dois monitores. Espere o sistema operacional ser carregado e, se for o caso, registre-se na máquina (faça o “login”) com identidade de usuário e senha. Você verá duas telas idênticas em ambos os monitores exibindo sua Área de Trabalho.
Agora basta configurar o sistema para estender a Área de Trabalho para os dois monitores.
O procedimento é de uma simplicidade franciscana. Clique com o botão direito na Área de Trabalho para abrir seu menu de contexto. Em Windows XP, escolha a entrada “Propriedades” e, na janela “Propriedades de Vídeo”, passe para a guia “Configurações”. Em Windows Vista ou 7 escolha a entrada “Resolução da tela”. Em ambos os casos você verá uma janela onde aparecem todos os monitores que o sistema reconheceu.
A Figura 3 mostra a janela em Windows XP. Clicar em um dos monitores seleciona-o e faz surgir uma borda azul em torno dele (repare nela no monitor 2). Para configurar, escolha um deles para ser o “principal” (onde aparecerá o Menu Iniciar e a Barra de Tarefas) selecionando-o e marcando a caixa “Usar este monitor como monitor principal” (assinalada na figura com a seta). Em seguida selecione o outro e marque a caixa “Estender a área de trabalho do Windows a este monitor” (assinalada na figura com uma borda vermelha). Ajuste a “Resolução da tela” e “Qualidade da cor” individualmente (basta selecionar cada monitor e fazer os ajustes nos locais correspondentes; o ideal, como vimos, é usar os mesmos parâmetros para ambos). Verifique se a posição física dos monitores em sua frente corresponde à posição lógica mostrada na janela clicando com o botão direito sobre qualquer um dos monitores e escolhendo “Identificar”. Se o número que aparecer no monitor (o real) não corresponder à posição do monitor de mesmo número na janela (a lógica), arraste a imagem do monitor na janela para a posição correspondente do monitor real.
Isto é tudo. Clique em “OK” e veja a área de trabalho se estender para os dois monitores.
No Windows 7 a janela tem a aparência mostrada na Figura 4 (sim, gostei tanto de usar dois monitores que agora tenho três em minha máquina de trabalho). Os ajustes são basicamente os mesmos, porém mais simples e intuitivos (afinal, Windows 7 foi concebido para simplificar). Os monitores podem ser arrastados para a posição que se desejar. E para estender a Área de Trabalho basta escolher esta opção no menu de cortina da entrada “Múltiplos vídeos”.
Pronto. Agora só falta discutir, como prometido, como proceder quando não se tem um conector livre na placa de vídeo e é preciso adicionar uma segunda controladora (ou usar a da placa-mãe, caso esteja livre).
Comecemos por este último caso. Lembrando: seu monitor está ligado a uma controladora de vídeo que não tem um segundo conector livre mas sua placa-mãe é do tipo “tudo na placa” e, portanto, há um conector de vídeo livre junto aos componentes controlados pela placa. Este caso é relativamente comum e ocorre quando se deseja uma imagem de melhor qualidade que a gerada pela controladora integrada à placa-mãe para, por exemplo, exibir jogos. Mas nada impede que a controladora da placa-mãe seja usada para gerar a imagem do monitor secundário, que não precisa ser de tão boa qualidade. Neste caso, tente proceder como acima, ligando o segundo monitor ao conector de vídeo livre da placa-mãe. Se a imagem aparecer em ambos os monitores, ótimo. Siga adiante que o problema está resolvido. Se não, você terá que recorrer ao chamado “setup” do micro, um conjunto de ajustes das características da placa-mãe (se não souber como fazê-lo, procure um amigo que saiba; afinal, todo o mundo tem um amigo que “entende de computador”; meus amigos, por exemplo, acham que o deles sou eu), e verificar se por acaso sua controladora de vídeo foi desabilitada. Caso positivo, habilite-a e siga adiante. Se não, a placa automaticamente desabilita a controladora a ela integrada quando “percebe” que há uma segunda controladora no sistema. Neste caso não tem jeito: você precisará comprar uma nova controladora.
O mesmo ocorre quando a placa mãe não é do tipo “tudo na placa” e a controladora existente não dispõe de um segundo conector. É claro que você poderá mantê-la e instalar uma segunda, também com um único conector (solução que pode ser adotada se você conseguir uma usada porém funcional, na “sucata” de algum amigo que a trocou por uma mais moderna). Mas o ideal é comprar uma nova com dois conectores (que, como vimos, podem ser de tipos diferentes). Se tudo o que você deseja é instalar um monitor adicional, não usa jogos nem programas gráficos e não precisa de uma imagem excelente, pode encontrar uma controladora simples por menos de cem reais (atualmente, dificilmente você encontrará uma controladora sem pelo menos dois conectores). Compre-a, remova a antiga, instale a nova e prossiga como acima explicado.
E curta as delícias de usar dois monitores.